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Titulo Cada Vez Mais Forte O Sino
Autores Miguel Marques, Luís Quintais (Prefácio)
Colecção
Ficções
Género
Romance
Proposto por
João Reis
Editor
Hugo Xavier
Formato
13x20cm
N.º Páginas
260
Data
Janeiro 2017
ISBN
978-989-99720-2-5
Uma reinterpretação do Rei Édipo que se cruza com uma realidade mítica portuguesa.
Inicia-se assim a trilogia do Édipo, e neste primeiro volume reproduz-se o Édipo Rei de Sófocles recorrendo à palavra, desviando-se na semelhança e na diferença, resultando algo novo. Conhecesse imitando, moldando, mas também negando. A imitação pressupõe qual o caminho a seguir, mas o caminho escolhido pouco será causal e instantâneo, no tempo e no espaço, de tão fragmentado e dado ao engano.
O título do livro, um sinal de alerta, o bater constante e de intensidade crescente, um martelo que insulta o ferro quente, incomoda, agride, persiste no interior de cada um, como o telefone que toca sem descanso e que ninguém atende. O título é um preparar para o pior, para o que se vai, anunciando as várias vozes presentes. Uma orquestra procurando afinação possível. Primeiro um narrador onde não é um prólogo o que se mostra, antes um preparar de armadilhas e caminhos tortuosos, como se de um jogo se tratasse, aos vossos lugares, começa ele, e arrasta-nos até ao dilema de Gustavo com uma Mauser na mão, decidindo se dispara ou não sobre a cabeça de Bartolomeu. Depois, os próprios personagens vão mostrando as suas versões da história, ou qual a história. O “mesmo” narrador arrisca a sua voz, para logo ser calado por Alma e pela sua agonia, e só a voz de Heinrich se eleva quando morre, ou eleva-se para morrer, por vontade de Alma, talvez, não do narrador. Perdendo este o fio no seu labirinto, dedica-se, às criadas, ao seu falar incompreensível, às suas pequenas memórias, referindo Alma que as ensinou a ler, a escrever, a falar de modo que as perceba, e isto é apenas a perda do narrador, de novo, para os personagens, neste caso, Alma, dominando eles a história, permitindo-se ela a escrever invertido, para que ninguém leia, ou só sendo possível recorrendo a um espelho.
O narrador atormenta-se, tenta respirar à tona, comete erros, junta tudo e todos como se um festejo ou celebração. De quê? Pega no Gustavo com a Mauser, momento já quase esquecido, ele com onze ou doze anos, e leva-o à idade adulta, para os braços de Alma e centro da fogueira que é o sexto capítulo.
Recua ao Brasil da primeira república, dos ingénuos, dos nascidos livres apesar de pais escravos. O Brasil do massacre de Canudos, e recuando prova que o tempo não tem ordem, nem relevância, se for visto não como um fio, mas sim um emaranhado de fios distintos que se cruzam e evitam, mas sempre próximos, e por isso tantas memórias, e sonhos ou pesadelos.
Gostaria ainda de falar da revelação. Tal como Édipo, Gustavo não mata o pai, mas sim um desconhecido. Naquela Cidadela dos Cães de Tomás Polipo. A Utopia, tal como nunca pensada por Thomas Moore, ou descrita por Rafael Hitlodeu. Fornicou a mãe, sem o saber, assim como Édipo. Refugiou-se na culpa? Ou, não a sentiu, sequer? Todas as tentativas de anulação da mancha, desde o primeiro instante, quando Gustavo nasceu. Alma manda atirar o filho ao rio; Abraão manda Gustavo para o Colégio Militar em Lisboa. Tentativas de anular a criança impura, contaminada, símbolo de iniquidade. Abrindo caminho para o resto da trilogia, contamina as gerações seguintes, pois a ética está para lá da porta do medo.
Nasceu no Porto, em 1971, vive em Vila do Conde. Envelhece na indústria permitida pela engenharia química. Escreve.
Tem colaborações pontuais em algumas publicações. 

Prepara a apresentação da peça Pesadelo de uma noite de verão, capítulo retirado do romance Cada vez mais forte o sino. O pesadelo de Gustavo Lobo enquanto, inanimado, é levado da floresta para a Cidadela dos Cães. 
 
Sendo um dos fundadores da associação cultural Cabe Cave, desenvolve 
trabalhos nas áreas do cinema e teatro. 
  
Prepara o segundo volume da trilogia do Édipo, seguindo a tragédia Antígona 
de Sófocles, onde a norma e os laços de sangue duelam. Havendo também espaço para 
o indivíduo e o coletivo, o livre arbítrio limitado pela sociedade, e a questão moral de 
quando se torna aceitável e necessário contornar ou, até, infringir a lei.
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