Athol Fugard nasce em Middelburg, pequena aldeia do Karoo, região semidesértica da África do Sul, a 11 de Junho de 1932.
Filho de uma africânder e de um sul-africano de língua inglesa, provavelmente descendente de irlandeses, com três anos, vai com a família para Port Elizabeth, que passará a ser a sua terra. Estuda Filosofia e Antropologia Social, na Universidade do Cabo. Viaja por África à boleia durante seis meses e, como marinheiro, viaja durante dois anos pelo Oriente. Casa com a actriz Sheila Meiring. Formam um grupo de teatro experimental. Em 1958, deslocam-se para Joanesburgo, onde Athol obtém um
lugar de escrivão no Native Commissioner’s Court. Durante este período, que vai corresponder a uma fase de grande aprendizagem sobre a realidade social do país, frequenta o meio intelectual e os grupos de oposição ao apartheid. Em 1960, viaja para a Europa, onde trabalha no teatro. Regressa à África do Sul por razões de doença do pai e do nascimento da filha Lisa. Em 1962, interessa-se pelas ideias de Grotowski e funda com actores negros o Serpent Players: cria as suas peças, improvisando com os actores, e torna-se a mais potente voz de protesto contra o apartheid no teatro. Passa a ser conhecido em todo o mundo, juntamente com John Kani e Winston Ntshona, os seus principais actores. Com o fim do apartheid, Fugard regressa às suas fontes de inspiração, mas os seus diários insistem sobre o papel do artista face à política e a sociedade, continuando a sua actividade não só como dramaturgo mas também encenando quase todas as estreias das suas peças e entrando muito
regularmente como actor. Athol Fugard reparte o seu trabalho pela Europa e a América, onde os seus textos ganharam grande audiência, e é hoje considerado um dos mais importantes dramaturgos contemporâneos.