Uma história de espiões e glamour no Estoril dos anos 40 que venceu o Prémio de Romance da Academia Sérvia de Artes e Ciências 2016
Estamos nos anos 40 do século xx, Portugal é o ponto de encontro e de fuga de toda uma Europa nas convulsões da II Guerra Mundial. Se Lisboa é um ninho de intriga política, o Estoril é a Riviera portuguesa onde, entre reis, milionários e o crème de la crème da Europa em debandada, se movem espiões das várias proveniências. O protagonista do romance é o Hotel Palácio, do Estoril, local de glamour e luxo por onde, no oásis de paz que era um Portugal no seu regime de neutralidade, passavam os muito ricos, imensamente influentes ou simplesmente os mais afortunados, vindos dos mais diversos pontos de uma Europa em fuga ou a caminho dos mais variados exílios.
Baseando-se em factos verídicos, o autor constrói uma narrativa semi ficcionada sobre como se estabelecem relações humanas sob a tensão tremenda de um evento de consequências esmagadoras e uma calma artificial e quase sufocante.
Uma história sobre a guerra na qual não é disparada uma única bala, lembrando à Europa uma lição que parece ter esquecido sobre os refugiados, e sendo ao mesmo tempo o retrato de uma época e de um local onde Ian Fleming descobriu o verdadeiro 007, de onde provém a ideia para o filme-culto Casablanca de Michael Curtiz e onde também Saint-Exupéry encontrou inspiração para o seu Principezinho.
Dejan Tiago-Stanković, escritor luso-sérvio publicou este romance na sérvia em 2015. O sucesso foi tremendo, não mais tendo saído do top de vendas. A obra resulta de mais de um ano de investigação em jornais, diários e documentos secretos, alguns dos quais quase em primeira mão. Em 2016, a obra recebeu o maior galardão literário da Sérvia, o prémio da Academia, que premeia a melhor obra publicada no ano anterior.
«Ler Estoril numa época de crise de refugiados exalta e acalma ao mesmo tempo. Por um lado ajuda a entender que a História se repete e, por outro, que “o exílio é igualmente penoso para o rei e para o pedinte”.» Delo, Liubliana, Eslovénia
«Mantenham este escritor debaixo de olho, promete muito.»
Semanário Vreme, Belgrado
Dejan Tiago-Stanković (Belgrado, 1965) é um escritor e tradutor literário nascido na Jugoslávia, actual Sérvia, e naturalizado português.
Depois de concluir o curso de Arquitectura em 1991, mudou-se para Londres e, em 1996, para Portugal. Mora em Lisboa. Traduz e escreve na sua língua materna bem como na língua portuguesa. Para além da ficção, escreve não-ficção para numerosos média da Sérvia, Croácia, Brasil, Portugal e Bósnia-Herzegovina.
Traduziu do servo-croata para português obras do prémio Nobel Ivo Andrić, de Dragoslav Mihailović, de Dušan Kovačević e de Miloš Crnjanski, e do português para sérvio o prémio Nobel José Saramago, José Cardoso Pires, Fernando Pessoa e Nuno Bragança.
Em 2012 estreou-se na ficção com a publicação de De onde eu era já não sou e outros contos de Lisboa, com a qual foi finalista do Prémio Dušan Vasiljev e também finalista do Prémio Zlatni Suncokret.
Estoril foi publicado na Sérvia em 2015, tendo alcançado um enorme sucesso de crítica e vendas. Foi finalista do Prémio NIN (o Booker sérvio); finalista do Prémio Isidora Sekulić, atribuído pela Câmara Municipal de Belgrado, finalista do Prémio Stevan Sremac; finalista do Prémio Janko Veselinović; e em 2016 vence o Prémio Branko Ćopić da Academia Sérvia das Artes e Ciências que reconhece o melhor romance publicado no país no ano anterior.
Notícia sobre o prémio da Academia Sérvia no sítio da RTP
«Mais de 300 páginas de puro prazer. Estoril é um romance emocionante sobre a amizade em tempos de loucura, sobre a esperança e a dedicação. A narrativa é suave e cativante, os diálogos naturais e convincentes. Os destinos complexos das personagens são entrelaçados com mestria rara, numa prosa prenhe de sentido(s), onde não há uma palavra a mais.»
Revista Polja
«Estoril não é um romance sobre as pessoas, imaginárias ou verdadeiras, que preenchem as suas páginas. As suas personagens principais, o fictício Gabi e o verdadeiro Popov, são dois embriões dos quais nascem o «principezinho» e «James Bond», heróis que, nas nossas vidas, tiveram muito mais relevância do que qualquer cabeça coroada, espiões verdadeiros ou poetas de leitura obrigatória. Esse processo é o verdadeiro protagonista do romance Estoril, e não o hotel e os seus hospedes.»
Semanário Vreme, Belgrado
«É um romance pós-moderno, dinâmico que se lê como um interessantíssimo clássico cinematográfico.»
NIN, Belgrado, Sérvia
«Este é um romance que oferece múltiplas possibilidades de leitura e será interessante tanto para aqueles que reconheçem a panóplia de histórias, referências e personagens, como para os que não suspeitam da sua veracidade. Para além de ser emocionante e cativante, é também uma história sobre o que é ser refugiado, tema muito actual por essa Europa fora.»
Revista Literaria Zlatna Greda, Novi Sad
«Um daqueles livros que se lê sem largar, de um fôlego, e que confirma um autor maduro. A sua escrita é provocante e interessante.»
Diário Danas, Belgrado
«Ler Estoril numa época de crise de refugiados exalta e acalma ao mesmo tempo. Por um lado ajuda a entender que a História se repete e, por outro, que “o exílio é igualmente penoso para o rei e para o pedinte”.»
Delo, Liubliana, Eslovénia
«Mantenham este escritor debaixo de olho, promete muito.»
Semanário Vreme, Belgrado
Livro ilustrado com fotografias e documentos da época