Jean-Baptiste Poquelin Molière (Paris, 1622) é o dramaturgo maior do teatro francês.
Autor, encenador, ator e empresário de teatro, nasceu na cidade de Paris em 1622. Filho de um estofador ao serviço da coroa francesa, estava destinado a seguir a profissão do pai não fosse a sua paixão obstinada pelo teatro. Contemporâneo dos trágicos Corneille e Racine, Molière, nome adotado em 1650, funda a sua primeira companhia de comediantes, O Ilustre Teatro, e cedo convence Luís XIV
a apoiar os seus projetos artísticos. São de sua criação algumas das mais sublimes e famosas comédias da história do teatro, como Tartufo, O Avarento ou O Traído Imaginário. O seu humor característico nunca cedeu à comédia fácil ou grosseira, sendo, pelo contrário, elevado e de espírito profundamente crítico. Molière, que tantos caracteres denunciou na sociedade francesa, em particular o clero e a aristocracia, viu-se autorretratado nas suas obras quando a sua mulher, a atriz Armande Béjart, o traiu repetidamente – o escárnio em torno de Molière ganhou então dimensões gigantescas. Morreu no ano de 1673, durante a quarta apresentação d’O Doente Imaginário, em que ele representava a personagem Argan, o doente que recorre aos serviços de um médico ignorante.
O Impromptu de Versalhes (1663) é uma resposta às críticas feitas por Edme Boursault, dramaturgo mais conhecido pelas polémicas do que pelas obras, o qual o acusara de usar as falas dos atores de forma natural e não enfática, como era costume na época.