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Titulo Satânia - Novelas
Autor Judith Teixeira
Colecção
Livro B
Género
Novela
Proposto por
Hugo Xavier
Editor
Hugo Xavier
Formato
12x21cm
N.º Páginas
112
Data
Abril / Maio de 2019
ISBN
978-989-8872-26-5
Notas
Os livros de Judith Teixeira foram acusados, como a sua autora, de serem imorais, obscenos e degradantes.
Juntamente com obras de António Botto e Raul Leal, os livros da autora foram apreendidos e queimados. Enquanto Fernando Pessoa e outros contemporâneos defenderam os seus correlegionários, Judith, uma mulher à parte dos modernistas, não teve defesa e foi atacada pelos seus pares, pelas instituições civis e pela Igreja.

Satânia, o seu único volume de prosa ficcional, reúne duas novelas onde as temáticas da sensualidade feminina são, como na restante obra da autora, exacerbadas. Judith Teixeira é a única escritora modern(ist)a portuguesa a fazer a ligação de um ultra-romantismo carregado de erotismo latente («A vestal», de Álvaro do Carvalhal, por exemplo), passando pelo simbolismo, o decadentismo e outros movimentos até chegar ao modernismo propriamente dito.

A censura calou esta voz inconformada e, um ano depois da publicação desta obra, até à sua morte em 1959, Judith Teixeira deixou de se ouvir. Esta é a primeira edição de um livro originalmente publicado em 1927, ao qual se junta a conferência «De Mim», na qual Judith Teixeira se procurou defender das críticas com que foi amordaçada.
Judith Teixeira (1880-1959) é o único nome feminino a integrar os movimentos literários e artísticos renovadores do começo do século XX.
Nascida em Viseu (1880), Judith Teixeira escreveu versos ingénuos e foi publicada pela primeira vez sob pseudónimos. Só a partir de 1922 é que começou a publicar com o seu nome verdadeiro sob o qual foram editados vários livros de poesia. Colaborou na maior parte das revistas e opúsculos de vanguarda da época ombreando com os grandes nomes do modernismo. As críticas perseguiram-na de forma constante: as suas temáticas, que passavam pela sensualidade feminina, o lesbianismo e o facto de assumir uma personalidade feminina dominante e dominadora causaram escândalo. A apreensão e queima da sua obra Decadência, em conjunto com trabalhos de Botto e Raul Leal, levaram a autora a defender-se na conferência «De Mim», mas enquanto Fernando Pessoa e outros nomes da literatura portuguesa ergueram as vozes para defender Botto e Leal, Judith Teixeira nunca teve um paladino. Ergueu-se só contra uma multidão e a multidão acabou por calá-la: um ano depois da publicação de Satânia, Judith editou um poema para em seguida se remeter ao silêncio. A autora e a obra foram votados a um esquecimento total quase até aos nossos dias. 
Sem informação.
Impresso em papel Palago 80g

Composto em tipologia Korinna
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