Vaclav Smil (n. 1943) é o pensador mundial mais importante em questões de energia, economia energética, alimentação e questões climáticas.
Em 2010, no seu blogue, Bil Gates escrevia: «Aprendo mais ao ler Vaclav Smil do que com qualquer outra pessoa.» A partir desse momento, quem não conhecia ainda Vaclv Smil e a sua obra, já então bastante extensa, começou a lê-la.
Vaclav Smil nasceu em plena Segunda Guerra Mundial, em Plzen (então um protectorado alemão, hoje República Checa), no seio de uma família pobre que vivia na região montanhosa em torno da cidade. Desde muito jovem, Vaclav Smil estava encarregado de cortar e recolher lenha para manter a casa aquecida. Esta tarefa levou-o a pensar em duas grandes questões que se prendiam, por um lado, com a eficácia energética, e, por outro, com a densidade.
Voraz acumulador de saber, Smil concluiu os seus estudos na Universidade D. Carlos, em Praga, onde se inscreveu em 35 cadeiras com aulas semanais durante os cinco anos em que durou a sua licenciatura. Por iniciativa própria fez todas as cadeiras relacionadas com a natureza («aprendi toda a natureza: da geologia às nuvens»).
Depois da licenciatura, recusou-se a integrar o Partido Comunista, o que lhe limitou as saídas profissionais, conseguindo apenas um cargo menor na administração local. Na sequência da invasão soviética da Checoslováquia, pouco depois do seu casamento, Smil e a mulher conseguem sair do país uma semana antes do bloqueio das fronteiras. Emigram para os Estados Unidos da América, onde Smil conclui um doutoramento em Geografia. Pouco tempo depois, passa a viver no Canadá, onde lecciona na Universidade de Manitoba até se reformar.
Durante décadas foi pioneiro de diversos cursos de Gestão Ambiental, Geografia Industrial e Social, Problemas Populacionais, Desenvolvimento Económico, entre outros que cruzavam muitas destas áreas.
Tem largas dezenas de livros publicados em torno dos temas que leccionou e tornou-se o pensador mais importante sobre questões de energia e da sua gestão na actualidade.
Ficaram famosas as suas palavras quando disse: «Quase nunca me enganei neste tipo de questões e nas previsões que faço pelo simples facto de, ao contrário das empresas e dos políticos, não ter nada para vender.»