Vilhena educa e instrui as gentes sobre a diferença fundamental entre a classe mais alta e os míseros plebeus.
Elogio da Nobreza surgiu originalmente em 1962 e provocou de imediato um grande incómodo na sociedade estratificada do país. As ondas sísmicas que abalaram a classe alta ao ver-se, dessa forma, exposta aos olhos do povaréu tornaram-no muito «visível» para a PIDE como bom exemplo de alguém que dava maus exemplos.
O livro consiste num estudo pormenorizado das características que evidenciam a Nobreza e as distinguem daqueles que naturalmente nasceram para ser os seus lacaios.
Depois desse estudo profundo e minucioso, o Autor partilha uma saga familiar que mostra a evolução da classe alta ao longo de séculos de história do nosso país, culminando precisamente ali, por volta dos anos 60, uma época que trouxe grandes mudanças ao mundo, muito embora por cá... bem, nem por isso.
José Vilhena foi um dos maiores humoristas portugueses do século XX.
«Vilhena nasceu em 1927, teve sarampo e todas as outras doenças peculiares das crianças a quem a providência divina não ligou grande importância. No liceu foi perseguido pelos professores que o reprovaram sempre que podiam. Na Escola de Belas Artes foi um incompreendido. Tragédias sobre tragédias vão-se acumulando como nuvens no céu da sua vida. Aos 20 anos teve uma pneumonia. Aos 21 uma loira. Aos 23 foi chamado a cumprir o serviço militar. Aos 24 conhece uma daquelas mulheres que põem o juízo em água ao mais «sabido». Aos 25 é obrigado a trabalhar numa casa que traficava vinhos. Aí adquiriu uma inclinação muito acentuada para a bebida. Aos 26 vários dramas sentimentais (a carne entra também no sentimentalismo dele) tornam-no um descrente na humanidade, principalmente na parte feminina da humanidade. Aos 27 publica o seu primeiro livro (Este Mundo e Outro) e é apedrejado pela crítica de alguns jornais. Aos 28 tem uma paixão dupla (fenómeno raríssimo), isto é: apaixona-se por duas mulheres simultaneamente. Aos 29 publica o seu 2.º livro (Pascoal). Aos 30 conhece uma morena. Esta última tragédia assume proporções tão catastróficas que alguns amigos admitem ser o ponto final de uma vida inteiramente dedicada às artes e à contemplação da natureza (ou melhor – de certos espécimes da natureza).
José Vilhena, 1958.»
Escritor, pintor, cartoonista e humorista, Vilhena encantou, divertiu e escandalizou gerações de portugueses ao longo de mais de 50 anos de carreira.
Sem informação.
Impresso em papel snowbright com certificado ambiental.
Edição brochada.