Boris Vian (1920-1959) é uma das vozes mais inovadoras e provocadoras do século XX.
Nua sua curta vida, Boris Vian foi ao mesmo tempo escritor, pintor, tradutor, inventor, dramaturgo, polimata, compositor, poeta, músico, actor, cantor, publicitário e muito mais.
Apaixonado pelas vanguardas e pelo jazz, Boris Vian foi um homem dos sete ofícios e um dos grandes agitadores culturais do seu tempo. Interlocutor de grandes músicos americanos que vieram a Paris no pós-guerra (Duke Ellington, Hoagy Carmichael e muitos mais), foi também compositor e intérprete de alguns dos temas de jazz mais marcantes cantados em francês, bem como o responsável pela introdução do rock'n'roll no seu país. Enquanto escritor, cruzou numa fórmula única e deslumbrante o surrealismo e a prosa poética com o humor e as várias vanguardas do policial, da ficção científica, entre outros géneros. No entanto, foi com os seus romances policiais escritos sob pseudónimo que alcançou enorme êxito numa época em que a França ansiava pela cultura dos libertadores americanos.
Em 1959, ao assistir à estreia da adaptação ao grande ecrã de um dos seus romances policiais mais famosos (adaptação essa que já tinha indisposto Vian ao ponto de ter exigido que o seu nome fosse retirado dos créditos), teve um acesso de raiva contra a má qualidade dos actores e da adaptação e sofreu uma paragem cardio-respiratória da qual morreu a caminho do hospital.
Nos anos subsequentes à sua morte veio a tornar-se o grande autor de culto francês do século xx e as suas obras literárias – as mesmas que em vida não tiveram êxito - tornaram-se best-sellers e foram traduzidas em quase todo o mundo.