Conrad é universalmente reconhecido como um dos grandes escritores de língua inglesa, com um vocabulário refinado e construções frásicas complexas que reflectem, com a simbologia da paisagem marítima, os dilemas morais das suas personagens.
Conrad nasceu na Polónia e sabia falar francês; curiosamente, o contacto com o inglês surgiu apenas na adolescência, quando foi trabalhar para as embarcações que navegavam pelos mares do sul. Apesar desta circunstância tão invulgar, os seus pares reconheceram-no como um dos maiores autores de língua inglesa, e alguns, como foi o caso de William Faulkner e de Scott Fitzgerald, como o maior escritor de todos os tempos.
A ficção de Conrad centra-se essencialmente em personagens perdidas por lugares diversos: pode ser na natureza ou no mar, no subconsciente ou na própria consciência, na sua dimensão moral ou simplesmente no seio da sociedade.
Os contos de Conrad são geralmente contos de aventuras, mas têm sempre outros níveis de leitura, nomeadamente o homem perdido em busca de si mesmo ou de um rumo para a sua existência. Devido a essa pluralidade de interpretações, os seus contos podem ser lidos por vários tipos de leitores: aqueles que procuram um grande livro de aventuras, aqueles que pretendem simplesmente deleitar-se com uma prosa magistral ou os que desejam acima de tudo uma literatura que reflicta o homem em busca de si mesmo, da sua autenticidade, por entre as incertezas do mundo e da alma humana.
«O Sr. Conrad, nos livros pelos quais é conhecido, é um escritor que lidera a admiração de todos os que apreciam os aspectos mais requintados da arte narrativa.» T. S. Eliot – The Egoist, 1917
«A obra de Conrad é subtil e rica – é o melhor escritor [...] da melhor prosa em inglês.» F. Scott Fitzgerald – Carta a Edmund Wilson
«Conrad escreveu numa época em que a língua inglesa estava flácida e ele tornou-a novamente musculada.» Virginia Woolf – The Common Reader, 1925
«Aprendi a escrever com Conrad. Não com Melville, não com Henry James, mas com Conrad.» William Faulkner (Nobel da Literatura) – The Paris Review, 1956
«Um dos grandes romancistas modernos. Os seus romances versam sobre coragem moral – e os custos da integridade num mundo de compromisso.» George Orwell – Inside the Whale, 1940
«Conrad tinha génio. Não posso com ele, mas não o posso negar.» D. H. Lawrence – Cartas
«Foi o único homem que alguma vez conheci que conseguia escrever frases perfeitas em inglês.» Ford Madox Ford – Joseph Conrad: A Personal Remembrance, 1924
«Conrad é um escritor que faz ver – isto é, talvez, o mais que se pode dizer.» Ernest Hemingway (Nobel da Literatura) – Death in the Afternoon, 1932
«Ninguém escreveu sobre o mar como Conrad, nem sobre a alma humana atirada ao mar da consciência.» André Gide (Nobel da Literatura), Diários
«A visão do mundo de Conrad continua profundamente influente. Ele percebeu o que o imperialismo fez à alma do Ocidente.» V. S. Naipaul (Nobel da Literatura) – Conrad’s Darkness and Mine, 1974
«Conrad ofereceu-nos uma literatura da escuridão colonial – profética, moral, profundamente psicológica.» Nadine Gordimer (Nobel da Literatura) – Collected in Telling Times
«Um escritor como Conrad não se admira apenas – ele é interpelado, revisitado. O seu território moral é imenso.» J. M. Coetzee (Nobel da Literatura) – Stranger Shores, 2001
«A ambiguidade moral em Conrad está mais perto da tragédia do que qualquer ficção moderna.» Albert Camus (Nobel da Literatura) – Carnets II, 1964
«O mundo de Conrad foi a minha introdução à escuridão – não ao mal, mas à incerteza, à complexidade e ao compromisso.» Graham Greene – Ways of Escape, 1980
«Ler Conrad era como ouvir alguém que tinha ido ao fim do mundo e voltara mais sábio, mas menos certo de tudo.» T. E. Lawrence – Cartas
«Conrad explorou os labirintos da culpa e do desejo com precisão implacável.» Jorge Luis Borges – Prólogos con un prólogo de prólogos, 1975
«Conrad escreve como se as suas personagens caminhassem sempre sobre um fio esticado sobre o abismo.» Italo Calvino – Lezioni americane, 1988
«Em Conrad, a narração é espelho e labirinto, revelação e engano.» Umberto Eco – Sugli specchi e altri saggi, 1985
«A escuridão de Conrad não é ausência de luz, mas densidade de alma.» Mario Vargas Llosa (Nobel da Literatura) – El pez en el agua, 1993
«Conrad soube mostrar o mar como espelho da alma humana.« Stefan Zweig –Die Welt von Gestern, 1942
«Nos seus livros sente-se o peso do invisível.» Rainer Maria Rilke – Briefe
«Em Conrad, o homem é livre perante o absurdo – mas é uma liberdade terrível.» Jean-Paul Sartre (Nobel da Literatura - recusado) – Situations I
«Os contos de Conrad possuem uma gravidade antiga, quase homérica.» Marguerite Yourcenar – Les Yeux Ouverts, 1980