Charles-Marie Gustave Le Bon (1841-1931) foi um polímata francês cujos interesses e estudos se debruçaram sobre antropologia, sociologia, psicologia, medicina e física.
Formado em Medicina, Le Bon nunca exerceu, tendo-se dedicado à investigação e opondo-se à medicina tradicional. Alistou-se no Exército durante a guerra franco-prussiana. A derrota nessa guerra e o facto de ter presenciado os acontecimentos da Comuna de Paris (1871) influenciaram-no imenso. Viajou demoradamente pela Europa, pela Ásia e pelo Norte de África, estudando as diferenças entre os povos, as culturas e as civilizações à luz da recentemente criada Antropologia.
A partir de 1890, juntou ao estudo antropológico o estudo da psicologia e da sociologia, tendo escrito algumas das suas obras mais importantes nessa época. Apesar de ter sido sempre desprezado pela academia francesa, as obras de Le Bon foram uma reconhecida influência em personalidades tão diferentes como Roosevelt, Mussolini, Freud, Hitler, José Ortega y Gasset ou Lenine.
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Agostinho José Fortes (1869-1940), o tradutor, foi professor, jornalista, tradutor e político português. Formado em Letras e muito versado em literatura grega, concorre em 1904 à cadeira de História Antiga, Medieval e Moderna, ficando aprovado. Em 1906 foi eleito, em congresso, membro substituto do directório do Partido Republicano Português, vindo a ser, após a proclamação da República, chefe de gabinete de Teófilo Braga. Durante o ano de 1910 fundou o jornal A Reforma Social, que pretendia ser porta-voz da corrente radical socialista. Segundo a informação da época, foi um republicano convicto com acentuados princípios socialistas, filiando-se no Partido Socialista Português em 1919.
Em 1911 substitui Consiglieri Pedroso, por falecimento deste, na regência da cadeira de História Geral, tendo passado para a Faculdade de Letras, que secretariou durante muitos anos.
Foi vereador do Município do Lisboa na primeira vereação republicana e Presidente da Junta Geral do Distrito de Lisboa.