William Butler Yeats (1865-1939) é um poeta, escritor e dramaturgo, considerado um dos nomes mais influentes da literatura universal do século XX.
Nascido no seio de uma família abastada, Yeats viveu as emoções que faziam vibrar a Irlanda na segunda metade do século xix: a mudança dos paradigmas religiosos protestantes aliada aos movimentos nacionalistas foram motivo de atracção para o jovem Yeats e para a sua família, cuja educação e cultura lhes dava uma sensibilidade particular para estas questões.
Assim, Yeats viria ao longo da sua vida a defender intelectualmente o nacionalismo irlandês por oposição aos movimentos mais radicais.
Em termos escolares, quer no período em que a família residiu em Inglaterra, quer depois, de regresso à Irlanda, não teve grande êxito nos estudos sendo um aluno mediano, ainda que interessado. Passa muito tempo no atelier do pai, que, apesar de ter estudado Leis, acabará por se tornar pintor.
Yeats começa a escrever e a publicar poemas e peças teatrais com claras influências de Shelley, Blake e Wilde. De regresso a Londres com a família, envolve-se nos muitos movimentos esotéricos (alguns deles orientais), ocultistas, astrológicos e outros que estavam então em voga (como a teosofia ou a seita Golden Dawn, de Aleister Crowley, por exemplo). Publica poemas, ensaios e alguns textos de classificação difícil.
Os seus poemas começam a circular com uma boa recepção entre os escritores mais experimentais e entre uma certa crítica mais moderna. Por essa altura começam as suas investidas amorosas junto de uma jovem herdeira inglesa que recusa várias vezes os seus pedidos de casamento, para depois se casar com um activista do nacionalismo irlandês, o que muito escandalizou Yeats.
A sua escrita vai perdendo a veia esotérica e torna-se mais física e política. Numa época mais tardia da sua vida, quando finalmente se casa e inicia diversos relacionamentos com mulheres mais jovens, surge no seu trabalho uma vertente erótica.
Ao longo da sua vida literária Yeats manteve uma grande intervenção nos movimentos ideológicos nacionalistas irlandeses e nas discussões literárias e artísticas do seu tempo. Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1923, numa altura em que as suas obras já estavam traduzidas em dezenas de países.
Com Lady Gregory e outros escritores encabeça os movimentos intelectuais do renascimento celta/irlandês, incorporando na sua produção elementos do folclore, mas já sem a pesada carga ocultista da primeira fase da vida. Nessa altura torna-se também um dos mais reputados dramaturgos do seu tempo, tanto na Irlanda como em Inglaterra.
Morreu num hotel em França pouco tempo depois de uma viagem pela Europa onde tinha completado a tradução, com um amigo indiano, dos principais textos místicos da Índia (os Upanishades).