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Titulo As Confissões - Segunda Parte
Autores Jean-Jacques Rousseau, Manuel de Freitas (Tradução e notas)
Género
Memórias
Proposto por
Hugo Xavier
Editor
Suzana Ramos e Hugo Xavier
Formato
15,5 x 23,5 cm
N.º Páginas Estimado
420
Data Estimada
Outubro/Novembro de 2025
Notas
Uma das obras fundamentais da cultura filosófica do Ocidente. «As Confissões», de Jean-Jacques Rousseau, são simultaneamente o testemunho de uma época e de um intelecto imortal.
A segunda parte de As Confissões, publicada postumamente em 1789, prolonga a ambição de Rousseau de narrar a sua vida com uma franqueza absoluta, mantendo a combinação de memória íntima e reflexão filosófica que caracteriza a obra. Esta secção acompanha o percurso do autor desde a sua chegada a Paris, em 1741, até aos anos em que alcança a celebridade literária e filosófica, passando também pelas experiências que precipitaram o seu isolamento progressivo.
Nesta fase, Rousseau descreve a sua inserção nos círculos intelectuais parisienses, o convívio com figuras como Diderot, Grimm e Madame d’Épinay, e a participação no movimento enciclopedista. Paralelamente, relata os dilemas pessoais ligados às suas relações sentimentais, em particular a ligação duradoura com Thérèse Levasseur, bem como episódios de atrito com antigos amigos e patronos. A narrativa mostra o contraste entre o idealismo do jovem pensador e as tensões do mundo social e político em que se move.
A segunda parte das Confissões regista igualmente os momentos em que Rousseau começa a afirmar-se como autor, com obras decisivas como o Discurso sobre as Ciências e as Artes (1750) e o Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens (1755). Porém, ao mesmo tempo em que o seu prestígio cresce, aumentam as hostilidades, os mal-entendidos e as suspeitas em torno da sua personalidade. O relato ganha, assim, uma tonalidade de auto-defesa, onde o autor procura justificar as suas escolhas e explicar as razões do afastamento que marcará os últimos anos da sua vida.
A originalidade desta segunda parte reside no modo como Rousseau transforma os acontecimentos externos em matéria de análise psicológica e moral, expondo tanto as suas ambições como as suas fragilidades. Mais do que uma sucessão de factos, o texto oferece uma radiografia íntima do homem que se vê simultaneamente aclamado e rejeitado. Este equilíbrio entre triunfo e vulnerabilidade reforça o carácter pioneiro da obra, que alia o testemunho histórico ao exame de consciência.
Tal como na primeira parte, a influência de Rousseau foi determinante: a fusão de vida pública e experiência pessoal inspirou autores que exploraram a tensão entre génio criador e marginalização social. As Confissões, na sua totalidade, abriram caminho para uma literatura autobiográfica moderna em que a verdade íntima se impõe como valor estético e filosófico.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um dos filósofos mais importantes de todos os tempos, cujas ideias são, ainda hoje, a base de muitos dos nossos sistemas políticos, educacionais e sociais.
Nasceu em Genebra, na Suíça, no seio de uma família de classe média instalada há cinco gerações na cidade. Oriunda de França, a família tinha sido perseguida por católicos depois de um antepassado livreiro ter publicado obras de carácter protestante e contava já na altura com direitos de voto democrático que só eram conferidos aos cidadãos considerados nativos e com um certo estatuto social.

Desde tenra idade, cinco ou seis anos, como confessará mais tarde, Rousseau foi um leitor compulsivo, lendo desde literatura popular da época aos clássicos como Plutarco, entre muitos outros. Aos quinze anos, foge de Genebra, atravessando uma Europa dividida por guerras entre protestantes e católicos. Nas suas Confissões relata aventuras, amores e intrigas, bem como a sua chegada a Paris, onde se cruza com Denis Diderot. O conhecimento do mundo e a pluralidade de empregos diversos e de troca de experiências formam a sua mundivisão. Começa a publicar artigos sobre as mais diversas áreas, mas com um interesse particular por questões de Educação, revelando também um pendor muito particular para a Matemática, a Filosofia, a Música, a Ciência e a História, os seus grandes temas de estudo e de trabalho filosófico.

Contribuiu para a Enciclopédia, ou dicionário racional das ciências, artes e profissões, de Diderot e D'Alembert, publicada em 35 volumes, os últimos dos quais saíram em 1772. Depois de se afastar dos enciclopedistas, escreve as suas três obras principais: Julie ou a Nova HeloísaO Contrato Social; e Emílio, ou da Educação.

As suas opiniões políticas e sobre outras matérias incomodaram a sociedade da época. Rousseau viu os seus escritos banidos e algumas cidades fecharem-lhe as portas, nomeadamente, Paris, Berna e Genebra. Porém, conseguiu a protecção de Frederico, o Grande, rei da Prússia, e passa a residir perto de Neuchâtel (então sob a administração desse monarca). Muda-se temporariamente para Inglaterra, regressa a França, e, pelo meio, trava quezílias políticas e ideológicas que o levam a debates acesos com Voltaire, David Hume, entre muitos outros.

Nos últimos anos de vida, Rousseau conseguiu, apesar de manter opiniões que chocaram os seus contemporâneos, o reconhecimento que lhe mereceu muitos patronatos. Morreu vítima de um AVC.
Sem informação.
Impresso em papel snowbright com certificado ambiental.

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