Samuel Johnson (1709-84) foi escritor, poeta, ensaísta, biógrafo, crítico literário e lexicógrafo, em suma, um grande pensador inglês.
Nasceu em Lichfield, mas foi sobretudo um homem de Londres. «Quando um homem está cansado de Londres», declarou, «está cansado da vida, pois Londres tem tudo aquilo que a vida pode proporcionar.»
O feito literário mais saliente de Johnson é o seu A Dictionary of the English Language, publicado em 1755. Enquanto trabalhava no dicionário, Johnson escreveu os ensaios que constituem The Rambler (1750-52), publicado duas vezes por semana. A obra ensaística de Johnson viria a prolongar-se noutros dois periódicos – The Adventurer (1753–54) e The Idler (1758-60) —, bem como em ensaios dispersos, sobretudo acerca de questões sociais e políticas.
A obra de Johnson abrange os mais diversos géneros literários. Na poesia, destacam-se os poemas London (1738) e The Vanity of Human Wishes (1749). Na ficção, sobressai a novela A História de Rasselas: Príncipe da Abissínia (1759) – embora Johnson a tenha escrito com grande celeridade a fim de pagar o funeral da mãe, é hoje a sua obra mais lida. Na literatura de viagens, encontramos A Journey to the Western Islands of Scotland (1775), fruto de uma viagem às Hébridas na companhia de James Boswell, que se tornaria o seu biógrafo mais famoso. Johnson, aliás, foi ele mesmo um biógrafo. Uma pequena biografia notável é The Life of Mr Richard Savage (1744), que praticamente cria o arquétipo romântico do poeta maldito. Seguir-se-lhe-iam, muito mais tarde, as biografias reunidas em Lives of the Most Eminent English Poets (1779-81), que é também uma obra-prima da crítica literária, campo em que Johnson já se destacara na sua edição de Shakespeare, The Plays of William Shakespeare (1765).
Johnson fez ainda trabalho jornalístico e, em múltiplas ocasiões, dedicou-se à tradução. Na verdade, a sua primeira publicação foi A Voyage to Abyssinia (1735) – uma tradução, a partir do francês, do Itinerário de Jerónimo Lobo, um missionário jesuíta português.