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Titulo Bouvard e Pécuchet
Autores Gustave Flaubert, Pedro Tamen (tradutor)
Género
Romance
Proposto por
Carlos Rato e Pedro Bernardo
Editor
Pedro Bernardo
Formato
15,5x23,5 cm
N.º Páginas
308
Data
Julho de 2023
ISBN
978-989-9130-13-5
Notas
Excerto
Tudo saber para nada saber ou vice-versa. O grande romance inacabado de Flaubert que, ainda assim, é considerado uma obra-prima da literatura universal.
Numa carta a George Sand enviada no início da década de 70 do século xix, Flaubert afirmou a sua intenção de escrever um romance cómico que poderia ter como subtítulo Enciclopédia da Estupidez Humana, o que faria bastante sentido, uma vez que Bouvard e Pécuchet pode ser lido como uma critica da sabedoria convencional, mas também como um tratado sobre a vaidade dos seus contemporâneos e a arrogância do conhecimento superficial.

O enredo centra-se em Bouvard e Pécuchet, dois homens que num dia quente de Verão em Paris se sentam, por mero acaso, no mesmo banco de uma avenida. O facto de um deles reparar que ambos tiveram a mesma ideia – gravar o nome no interior do chapéu – dá início a uma longa conversa em que acabam por se conhecer, descobrindo não só que têm a mesma profissão – trabalham como copistas –, mas também os mesmos interesses, nomeadamente viver no campo, se tal fosse possível. Uma herança inesperada e oportuna permitir-lhes mudar de vida. Tornam-se donos de uma quinta não muito longe de Caen e começam a cultivar. No entanto, a sua incompetência na agricultura gera desastres sucessivos. Mais tarde, interessar-se-ão por Medicina, Química, Literatura, Geologia, Política, Filosofia, Desporto, entre outros assuntos, mantendo sempre as mesmas dificuldades no frenesim de tudo quererem saber e experimentar. O romance está inacabado e a parte publicada faz parte de um plano mais extenso. Ainda assim, é considerado por muitos, a par de Madame Bovary, uma obra-prima da literatura francesa com um vocabulário, uma sintaxe e um estilo extremamente apurados.

«Flaubert desperta em mim uma afecção que não sinto por qualquer outro Autor.» - Jean Echenoz

«De entre todas as obras deste brilhante Autor, Bouvard e Pécuchet é definitivamente a mais profunda, a mais abrangente, a mais vasta...  É a Torre de Babel das ciências, onde tudo é diverso, oposto, e as doutrinas absolutas - cada qual com a sua linguagem - revelam a impotência do esforço, a vaidade da afirmação, e o sempiterno "mistério de tudo".» - Guy de Maupassant
 
Flaubert é por muitos apontado como o Autor de transição da literatura francesa, bem como o seu grande renovador.
Gustave Flaubert (1821-1880) nasceu em Rouen, França. Filho de um cirurgião que trabalhava no hospital dessa região histórica da Normandia, fez os estudos secundários na sua terra natal e matriculou-se em Direito na Sorbonne. No entanto, em 1844, depois de uma vida boémia e de reprovar nos exames, teve as primeiras crises nervosas com alucinações e perdas de consciência, crises essas que os médicos diagnosticaram como surtos histérico-epilépticos que o levaram a abandonar o curso, transtornando-o até ao fim dos seus dias.

O pai de Flaubert tentou desde sempre contrariar-lhe  o talento literário, porém, depois da sua morte em 1846, o escritor regressa a Rouen e instala-se nos arredores da cidade, onde vive até ao fim dos seus dias, com raras estadas em Paris e umas quantas viagens por França, Itália, Síria, Turquia, Egipto e Palestina. Com a fortuna que herdou do pai, pôde entregar-se por inteiro à literatura.

O percurso literário de Flaubert começou na escola, em 1837, ao colaborar com o jornal de estudantes Art et Progrès, e depois com a revista Le Colibri. Literariamente foi influenciado por Balzac, mas herdou também o pessimismo do seu amigo e filósofo Alfred Le Poittevin. Situado no ponto de convergência entre o Romantismo e o Realismo, a sua literatura vive de um espírito de observação acutilante do comportamento social, de análises psicológicas incisivas, bem como de uma visão irónica e desencantada da humanidade. À semelhança de Charles Baudelaire, seu contemporâneo, foi contestado por atentar contra a moral, mas foi também igualmente muito admirado. É considerado um dos maiores escritores do século xix, tendo exercido, enquanto expoente máximo do realismo, uma grande influência em Eça de Queiroz.

Além da novela Novembro (1842), da correspondência publicada em vários tomos e do volume de ficção curta Três Contos (1877), contam-se entre alguns dos seus romances mais aclamados Madame Bovary (1857) – que cunhou o termo bovarismo e o levou à barra do tribunal por atentado aos bons costumes, A Educação Sentimental (1869) e o inacabado Bouvard e Pécuchet (1881), romance cómico que agora se publica.


 
Impresso em papel snowbright com certificado ambiental.

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