Vassili Jukovski (1787-1859) foi um dos poetas russos mais destacados na primeira metade do século XIX.
Filho ilegítimo de um abastado proprietário rural de seu nome Afanasi Bunin (de cuja família nasceria quase 90 anos mais tarde o prémio Nobel da Literatura Ivan Bunin) e da sua governanta turca. Apesar de ter sido criado no seio familiar, o jovem Vassili foi, anos mais tarde, adoptado por um amigo da casa paterna – com o apelido Jukovski –, para poder ser mais facilmente apresentado à sociedade.
Aos catorze anos, o jovem Jukovski é enviado para a Universidade de Moscovo para completar a sua educação. A partir daí, convive com os grandes nomes da cultura russa moscovita e absorve os modelos em voga nas literaturas inglesa e alemã.
Jukovski é unanimemente considerado o introdutor do movimento Romântico na Rússia, onde as suas traduções de grandes obras da literatura mundial, desde Homero aos grandes autores europeus contemporâneos, são consideradas (muito) livres – os especialistas russos concordam, inclusivamente, com a ideia de que essas traduções «melhoram» os originais.
As obras de Jukovski continuam a ser lidas e estudadas na Rússia, apesar de algumas terem caído no esquecimento. Na sua própria vida cultivou a figura do poeta e herói romântico, graças às suas paixões platónicas, nomeadamente pela filha de uma meia-irmã, e ao facto de ter vivido em cidades medievais. No entanto, a importância do seu trabalho foi sempre reconhecida e, aquando da morte prematura de Pushkin, foi Jukovski, seu rival, quem o salvou e defendeu de uma censura assassina.