Pela primeira vez em Portugal, reunidos num só volume, os contos completos da escritora que revolucionou a literatura universal.
Virginia Woolf, figura central das letras modernistas do século XX, revelou na arte do conto uma das expressões mais subtis e penetrantes da sua escrita. Este primeiro volume reúne, pela primeira vez em tradução portuguesa, os seus contos completos num percurso que atravessa as múltiplas fases da sua criação literária - dos esboços iniciais aos textos finais, depurados por uma sensibilidade única.
Nestes contos, observa-se o mundo filtrado por uma consciência que privilegia o instante, a sugestão, a deriva da memória e a fluidez do tempo. Entre cenas quotidianas e epifanias interiores, Woolf revela-se uma mestre da forma breve, capaz de condensar, em poucas páginas, uma visão complexa da condição humana.
«Virginia Woolf é a escritora mais importante que temos.» -- T.S. Eliot — Carta de Eliot a Ottoline Morrell (c. 1925)
«Virginia Woolf não inventou a consciência, mas ensinou-nos a escutá-la na linguagem.» -- Jorge Luis Borges — Entrevista publicada na revista Sur, 1962
«Ler Virginia Woolf é uma experiência que transforma. Há uma transparência luminosa na sua prosa que não significa simplicidade, mas sim uma complexidade alcançada por meios quase invisíveis. A sua escrita possui uma inteligência que não se impõe, mas que envolve, que questiona sem violência, que observa com ternura e precisão quase científica. Woolf não escreve apenas sobre mulheres ou sobre a mente: escreve sobre o tempo, a memória, o fluxo da consciência e, acima de tudo, sobre o milagre e a fragilidade da existência humana. A sua obra é uma prova de que a literatura pode ser simultaneamente pensamento, arte e vida.» -- Susan Sontag
«Woolf foi uma das primeiras a compreenderem que o problema da mulher era o da liberdade interior.» -- Simone de Beauvoir — O Segundo Sexo (1949)
«O tempo, nas suas obras, deixa de ser um eixo linear e torna-se uma substância sensível.» -- Italo Calvino — Entrevista ao Corriere della Sera, 1977
«Ela escreve com a coragem dos que ouvem o silêncio. Cada frase é um mundo.» -- Doris Lessing — The Golden Notebook (prefácio, 1971)
«A escrita de Virginia Woolf é um acto político, ainda que murmurado. Ela denunciou a violência estrutural através da forma.» -- Edward Said — Conferência em Columbia University, 1986
«Se há uma genealogia da escrita feminina contemporânea, ela começa com Woolf.» -- Jeanette Winterson — Entrevista ao The Guardian, 2002
«Woolf ensinou-nos que o pensamento pode ser mais forte do que a acção, e que escrever é um acto de resistência.» -- Margaret Atwood — Discurso no Festival de Literatura de Edimburgo, 2010
«Sem Woolf, o romance contemporâneo teria um batimento cardíaco mais fraco.» -- Michael Cunningham — Entrevista ao Paris Review, 1999
«Woolf escreve por dentro do mistério. A sua literatura não explica, vibra.» -- Clarice Lispector — Caderno pessoal (c. 1960), publicado postumamente
«Ela tinha o dom de tocar a textura da alma com palavras aparentemente simples.» -- E.M. Forster — Introdução a The Common Reader, 1925
«Woolf não é apenas uma autora. É uma linguagem em contínua invenção.» -- Ali Smith — Entrevista ao Times Literary Supplement, 2016