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Titulo Kim
Autores Rudyard Kipling, Edward Said (Introd. e notas), Charles Fouqueray (Ilustrações), Manuela Ribeiro Sanches (tradutora)
Género
Romance
Proposto por
Ricardo Álvaro
Editor
Suzana Ramos e Hugo Xavier
Formato
15,5x23,5 cm
N.º Páginas Estimado
480
Data Estimada
Abril / Maio de 2025
Notas
«O único romance convincente e credível sobre a Índia alguma vez escrito por um inglês.» -- Edmund Wilson
Na vibrante e tumultuosa Índia colonial do século xix, Kimball O’Hara, um órfão anglo-irlandês criado nas ruas de Lahore, aprende a sobreviver num ambiente marcado pela diversidade cultural e pelo fervor político. Dotado de astúcia e destreza, Kim adapta-se facilmente ao mundo dos nativos, tornando-se amigo de faquires, comerciantes e espiões. O seu destino muda completamente quando encontra um velho lama tibetano em peregrinação à procura do mítico Rio da Flecha, acreditando que este lhe trará a salvação espiritual. Assim, Kim decide acompanhá-lo, iniciando uma jornada que transcende o simples caminho físico e se transforma numa busca da identidade e do conhecimento.
Durante esta viagem, Kim é recrutado pelos serviços secretos britânicos, sendo treinado na arte da espionagem e infiltrado no intrincado jogo político conhecido como «O Grande Jogo» – a disputa velada entre o Império Britânico e a Rússia pelo domínio da Ásia Central. Entre o mundo da espionagem e a sua ligação espiritual ao lama, Kim vê-se dividido entre dois destinos: tornar-se um agente do Império ou seguir a via da iluminação. A narrativa acompanha o seu crescimento, explorando o conflito entre lealdade e liberdade, Oriente e Ocidente, pragmatismo político e misticismo da fé.
Publicado em 1901, Kim é amplamente considerado um dos maiores romances de aventura da literatura inglesa e um dos pontos altos da carreira de Kipling. Enquanto relato envolvente do imperialismo britânico, a obra conduz-nos pela riqueza e complexidade cultural da Índia colonial e influenciou não apenas a literatura moderna de espionagem, mas também escritores que se dedicaram a explorar as intersecções entre culturas e civilizações.


«Nenhuma obra de ficção foi, até hoje, mais autêntica e representativa da sociedade indiana e dos seus costumes.» -- E. M. Forster

«Um dos poucos romances que realmente conseguem fundir aventura com reflexão filosófica e social de uma forma magistral.» -- Jorge Luis Borges
 
Rudyard Kipling (1865-1936) foi um escritor britânico nascido na Índia. Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1907 e é um dos autores mais traduzidos de todos os tempos.
Joseph Rudyard Kipling nasceu a 30 de Dezembro de 1865, em Bombaim, na Índia Britânica, filho de pais ingleses pertencentes à elite colonial. Aos seis anos, foi enviado para Inglaterra para receber uma educação mais formal, uma experiência marcada pela severidade e pela solidão, que mais tarde viria a ser retratada na sua obra. Regressando à Índia em 1882, começou a trabalhar como jornalista e a editar os seus primeiros contos e poemas. Durante este período de juventude publicou Plain Tales from the Hills (1888), uma colectânea de contos que rapidamente lhe granjeou notoriedade literária.
A profunda ligação de Kipling ao subcontinente indiano é visível em grande parte da sua obra, na qual explora as relações entre colonizadores e colonizados, a vida quotidiana no Império Britânico e os valores do dever e da coragem. Depois de viajar por vários continentes, instalou-se em Inglaterra, consolidando a sua carreira com O Livro da Selva (1894), um clássico da literatura juvenil que combina fábula e moralismo imperial. No entanto, o seu talento narrativo estendeu-se também ao romance com Kim (1901), considerado uma das suas obras-primas. Quanto à sua poesia, marcada por um tom vigoroso e patriótico, inclui composições célebres como If (1895) e Gunga Din (1890). De um modo geral, transparece também na sua escrita um estilo directo e uma capacidade de descrever com grande vivacidade personagens e cenários exóticos, traços que contribuíram para o tornar um dos escritores mais lidos e admirados do seu tempo.
A importância de Kipling na literatura mundial foi amplamente reconhecida, nomeadamente com a atribuição do Prémio Nobel da Literatura em 1907, tornando-se o primeiro autor de língua inglesa a receber esta distinção que contribui grandemente para o tornar uma figura central no cânone literário anglófono. A sua influência estendeu-se muito além do período vitoriano, moldando a literatura de aventura, o conto moderno e a literatura infantil. Apesar das polémicas ligadas à sua defesa do imperialismo britânico, o legado literário do escritor permanece incontornável, sendo estudado e reinterpretado ao longo de décadas.
Diversos escritores e intelectuais prestaram tributo à genialidade de Kipling. Henry James referiu-o como um mestre da narrativa breve, comparando-o aos grandes contistas do século xix. Jorge Luis Borges via em Kipling um dos seus escritores preferidos, elogiando a sua habilidade para transformar pequenas histórias em parábolas universais. T. S. Eliot compilou e prefaciou uma selecção dos seus poemas, destacando a sua mestria no uso da métrica e do ritmo. Mesmo entre os críticos do seu pensamento político, como George Orwell, reconhecia-se a força do seu talento literário e a sua capacidade de criar imagens poderosas e memoráveis.
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Edward Wadie Said (1935-2003) foi um intelectual palestino-americano, professor de Literatura Comparada na Universidade de Columbia. A sua obra Orientalismo (1978) revolucionou os estudos pós-coloniais ao criticar a visão ocidental sobre o Oriente. Activo na defesa da causa palestiniana, escreveu A Questão da Palestina (1979) e Cobertura do Islão (1981). O seu impacto estendeu-se à crítica literária, política e musical, tornando-o um dos pensadores mais influentes do século xx.
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Charles Dominique Fouqueray (1869-1956) foi um ilustrador e pintor francês, conhecido pelas suas representações de cenas marítimas e históricas. Estudou na École des Beaux-Arts e colaborou com diversas publicações, ilustrando obras de vários escritores, nomeadamente Rudyard Kipling. Destacou-se como pintor oficial da Marinha Francesa e recebeu vários prémios pela sua arte. As suas ilustrações, ricas em pormenores e dinamismo, tornaram-se icónicas, consolidando o seu lugar na arte ilustrativa do século xx.
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Manuela Ribeiro Sanches é Professora Auxiliar aposentada da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde leccionou entre 1981 e 2016. Doutorou-se em 1993 com uma tese sobre Georg Forster e dedicou-se ao estudo dos processos de (des)colonização e movimentos anticoloniais. Entre as suas obras destacam-se Malhas Que os Impérios Tecem (2011) e Portugal não é Um País Pequeno (2006). Investigou temas como cinema africano, migração e racismo na Europa, abordando-os numa perspectiva comparatista e interdisciplinar.
 
Sem informação.
Impresso em papel snowbright com certificado ambiental.

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