Em 2024, o Teatro Nacional D. Maria II quis associar-se às comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril e do Centenário do Nascimento de Luiz Francisco Rebello.
Cumprindo a missão de oferecer um serviço de utilidade pública, fazia todo o sentido reeditar este livro, saído em 1977 pela Seara Nova. Trata-se de um documento emblemático desse tempo crucial da nossa história, relatada por quem a viveu com dedicação sem reservas à causa e às coisas teatrais, e que importa dar a conhecer às novas gerações.
Ao reunir textos que antecedem Abril com outros posteriores, o autor denuncia as agruras impostas pela ditadura ao teatro português, evidenciando a resiliência dos seus trabalhadores e a urgência da adesão à luta revolucionária, para resgatar a demasiado longa noite escura (numa evocação do poema de Dylan Thomas) a que foi submetido.
Ainda, e sempre, pede-se ao teatro que esteja à altura do seu tempo.
Luiz Francisco Rebello (Lisboa, 1924–2011) foi dramaturgo, historiador, teórico, crítico e tradutor de teatro, jurista experiente e especialista reconhecido em direito autoral, cidadão comprometido na defesa dos valores democráticos.
Em meados dos anos 40 co-fundou em Lisboa o Teatro-Estúdio do Salitre (1946-1950), pioneiro do experimentalismo em Portugal. Em 1971 foi nomeado Diretor do Teatro Municipal S. Luiz, cedo renunciando ao cargo em protesto contra a Censura. Presidiu à Sociedade Portuguesa de Autores (1973-2003) e participou na elaboração do Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos (1985, 2003).
Nome marcante do teatro português de meados do século xx até a primeira década de xxi, publicou dezenas de livros, artigos e ensaios incontornáveis sobre esta arte. As suas peças originais encontram-se reunidas em dois volumes de Todo o teatro (1999, I; 2006, II), muitas delas traduzidas, editadas e levadas à cena noutras línguas e países.
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