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Titulo Seis Noites na Acrópole
Autores Giorgos Séferis, José Luís Costa (tradutor)
Género
Romance
Proposto por
Hugo Xavier
Editor
Hugo Xavier
Formato
13x20cm
N.º Páginas Estimado
286
Data Estimada
Abril de 2026
Notas
Seis noites de lua cheia na Acrópole são o suficiente para transformar um grupo de jovens perdidos num círculo de amores perigosos, desassossego político e descoberta pessoal..
Ao regressar do exílio na Ásia Menor para uma Atenas em transformação, cheia de refugiados e de feridas ainda abertas após a Catástrofe de 1922, o jovem Estrátis sente-se estrangeiro no próprio país. Aspirante a poeta, dividido entre a poesia e a tentação do romance, junta-se a um pequeno círculo de amigos – três mulheres e quatro homens – que busca um sentido para a vida em debates sobre arte, filosofia e política. A partir de um bilhete encontrado por acaso para visitar a Acrópole iluminada pela lua cheia, o grupo decide transformar esse acaso em ritual: durante seis meses, encontrar-se-ão uma vez por mês, à noite, no alto da colina sagrada, para pôr à prova as suas ideias e os seus desejos.


Nessas seis noites sucessivas, o romance acompanha os encontros nocturnos na Acrópole e os dias que os separam: passeios pelas ruas, cafés e tabernas de Atenas, excursões a pedreiras de mármore e ilhas rochosas onde o mar parece prolongar a vertigem da cidade. As conversas oscilam entre a ironia e o fervor, discutindo a função da arte numa sociedade ferida, o peso da tradição clássica e a sombra das derrotas nacionais. Estrátis luta contra a sensação de ser um «exilado em casa», procurando uma voz própria num tempo em que «todos querem romances» e poucos acreditam na poesia. Cada noite de lua cheia funciona como um ensaio para a sua vocação: lê textos, expõe sentimentos, mede o silêncio e a reacção dos outros, enquanto a Acrópole, simultaneamente real e simbólica, vigia e deforma os seus sonhos.

No centro do livro desenha-se um triângulo amoroso instável entre Estrátis, a enigmática e provocadora Salomé e a bela Lala. Salomé, figura inquieta que desafia as convenções de género e de moral, é simultaneamente objecto de desejo para Estrátis e protagonista de uma relação ambígua com Lala, tornando o jogo afectivo cada vez mais tenso e perigoso. À medida que as seis noites avançam, paixões, ciúmes, humilhações e experiências sexuais e místicas cruzam-se com a tomada de consciência política e artística do protagonista. Um acontecimento trágico – inseparável das escolhas de Salomé e das hesitações de Estrátis – desfaz o equilíbrio frágil do grupo e obriga o narrador a confrontar-se com a culpa, o luto e a responsabilidade do artista. O romance, em parte uma história de amor, em parte o Bildungsroman de um criador, termina como um retrato melancólico de uma juventude que amadurece entre ruínas antigas e feridas recentes, sob a luz impiedosa da Acrópole. Este foi o único texto ficcional de Séferis publicado postumamente.

«Uma evocação fulgurante da Acrópole, onde dois mil anos de tempo condensado explodem em memória e desejo. Uma obra notável de visão poética.» -- The Hudson Review

«A obra mais subestimada de Séferis – um dos primeiros romances gregos modernos a falar a linguagem da cidade. Merece o seu lugar entre os marcos da literatura grega do século xx.» -- Áris Marangópoulos, Hártis

«Um relato íntimo e nocturno de amizade, amor e confissão – lírico, inquieto, inesquecível.» -- HuffPost Greece

«Um grande romance modernista, por fim revelado numa tradução notável.» -- Byzantine and Modern Greek Studies (Cambridge University Press)

«Um texto hipnótico, que combina o relato clássico com o diário íntimo; hino ao amor, à Grécia e à cultura, conduz-nos à viagem e ao devaneio.» -- SensCritique

«Uma morbidez entre bordéis, tabernas, caves e templos dá vida ao único romance de Giorgos Séferis – a Atenas de 1928, ano de lua cheia.» -- lit21 / LiteraturFixpoetry

«Duas vozes… com uma linguagem de beleza lacónica e desesperada que se abre para um imenso labirinto cifrado. [...] O seu discurso não deixa, por isso, de ser poético: claro e simples por vezes, sublimado e ambíguo noutras.» -- Ricardo Pohlenz, Vuelta in letraslibres.com
 
Poeta do exílio e da medida clássica, Giorgos Séferis (1900-1971) transformou a memória grega – antiga e moderna – numa das vozes mais singulares da poesia do século XX.
Nascido Georgios Séferiadis em 1900, em Esmirna, cresceu numa família culta e cosmopolita que cedo lhe proporcionou o contacto com a literatura europeia. Estudou Direito em Paris, regressou ao Médio Oriente e viveu a Catástrofe da Ásia Menor, experiência que moldaria para sempre a sua visão da perda e do desenraizamento. Entrou na carreira diplomática em 1926, servindo em Londres, Tirana, Beirute, Cairo e finalmente em Londres como embaixador da Grécia. Atravessou os anos turbulentos da guerra, da ocupação e da guerra civil, mantendo sempre um papel moderador. Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1963, o primeiro concedido a um autor grego moderno. Morreu em Atenas em 1971, pouco depois de protestar publicamente contra a ditadura militar.

A sua obra – sobretudo poética – inclui StrofíMythistórimaHeliótogosKíchli e Imerólogio Katastromatos, entre outros livros que combinam mito, paisagem e reflexão existencial. Temas como o exílio, a ruína, a tensão entre memória e identidade, e a busca de uma linguagem pura atravessam toda a sua escrita. A prosa, menos extensa mas igualmente significativa, inclui ensaios literários e Seis Noites na Acrópole, romance escrito na juventude mas publicado apenas em 1974, onde experimenta formas híbridas entre diário, ficção e meditação poética. A sua dicção é sóbria, lapidar, impregnada de imagens marítimas, símbolos míticos e um sentido trágico da história grega moderna.

A influência de Séferis fez-se sentir muito para além das fronteiras helénicas. A sua leitura do mito e da modernidade marcou autores como Elytis, Ritsos e Montale, e o seu estilo tornou-se uma referência para várias gerações de poetas do Mediterrâneo e do Médio Oriente. Tradutor exemplar de T. S. Eliot e figura moral respeitada na vida pública, deixou uma obra que dialoga com a literatura europeia e americana, mantendo, porém, uma identidade profundamente grega. A recepção internacional – reforçada pelo Prémio Nobel – fixou-o como uma das vozes maiores do modernismo europeu, símbolo da resistência cultural e da dignidade humana perante a violência da história.
 
Sem informação.
Impresso em papel Snowbright com certificado ambiental

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