É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue.
É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma «ditadura do proletariado» que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus «melhores», da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: «A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade». Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.
da «Introdução»
PLANO DA OBRA:
1 . O sol da terra: a Revolução soviética
2 . A conquista do Estado
- Opressores e oprimidos
- Estado e sociedade civil
- o Partido
3. O conceito de hegemonia e a formação dos intelectuais
- Guerra de movimento e guerra de posição
Antonio Gramsci nasceu em 1891, numa família reduzida à miséria pela desgraça financeiro-burocrática do pai, funcionário público.
Foi socialista desde a juventude universitária, em Turim, e fundador, em 1921, do Partido Comunista Italiano, que resultou de uma cisão estrondosa no Partido Socialista, da qual foi um dos arquitectos e chefes de fila. Morreu em 1937, sem chegar a assistir à derrocada do Fascismo que profetizara com alguma precipitação. Estava internado num dos hospitais para onde foi sendo transferido das cadeias onde estivera internado desde a sua detenção em 1926, quando estava no auge a sua preponderância no PCI, consagrada no Congresso clandestino do Partido em Lyon.
Sem informação.
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